Sobre Eliana

Em uma mudança radical, a baiana Eliana Kertész deixou a vida política para se dedicar às artes. Torna-se uma das escultoras mais emblemáticas de Salvador, a criadora das “gordinhas”. Nascida em 14 de maio, no Recôncavo Baiano, logo aos seis anos mudou-se com a família para Salvador, onde vive até hoje. Formada em Administração, fez carreira na vida pública e na política baiana. A reviravolta que a fez optar por um caminho tão diferente se deu numa época difícil de sua vida. O barro chegou às suas mãos como uma espécie de luz no fim do túnel, no ano de 1991. Autodidata, lembra que na primeira tentativa, sua escultura – embora ainda tosca – já saiu gorda. 

Em 1993 surgiu o convite para a primeira exposição, na galeria Paulo Darzé. Suas 33 gordinhas cativaram a crítica e o público, ganhando fama e inúmeros convites para outras mostras. As peças de Eliana já passaram por diversas cidades e também estão em museus do Brasil e do exterior. Em 2004, Aleluia, uma negra em resina, foi premiada na Bienal de Roma. Nesse mesmo ano a artista publicou o livro Gordas, que conta a sua história e traz imagens de suas obras. Mas as esculturas de Eliana não ficaram restritas aos espaços fechados. Elas foram para as ruas, grandes e monumentais. Quem já visitou Salvador certamente conhece as “três gordinhas de Ondina” — o monumento em bronze chamado As Meninas do Brasil, que é uma homenagem à mistura de raças do nosso país. Outras gordinhas com mais de 2 metros de altura, podem ser vistas em Salvador, em São Paulo e no Acre. Hoje, mãe de quatro filhos e avó de oito netos, Eliana vive sua plenitude como artista.